Desautorizando o código da Vinci

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  1. Nando_Resistência!
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    <b>"Porque ninguém
    pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é
    Jesus Cristo" (1 Coríntios 3.11).


    <font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Quando minha esposa me deu
    de presente de aniversário o livro <i>"O Código Da Vinci"
    (Editora Sextante) em maio de 2004, eu sabia que estava diante de um <i>best-seller
    americano de 2003 que continuaria vendendo milhões de exemplares nos
    próximos anos. Não tinha ignorado as revisões e resenhas
    desse livro na internet e estava consciente de que se tratava de um daqueles
    livros que dizem que o cristianismo está todo errado e a adoração
    à deusa é o caminho.


    <div align="center"><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1">Dan
    Brown.



    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Dan Brown, autor do romance,
    não nos revela, no decorrer de suas quase 500 páginas, um novo
    evangelho, mas apenas antigas colocações gnósticas e nova-erenses
    sobre a vida de Jesus Cristo e os primórdios da igreja cristã.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Eis suas fontes principais:
    <i>O Evangelho de Filipe e <i>O Evangelho de Maria (ambos são
    textos gnósticos descobertos em Nag Hammadi, no Alto Egito, em 1945);
    o livro <i>Holy Blood and Holy Grail e sua linhagem de sangue, de Michael
    Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, publicado inicialmente em 1981; o livro
    <i>The Templar Revelation: Secret Guardians of the True Identity of Christ,
    de Lynn Picknett e Clive Prince. Um outro livro do gênero pesquisado por
    Brown foi: <i>The Woman with The Alabaster Jar: Mary Magdalene and the Holy
    Grail, de Margaret Starbird. Estudiosos respeitáveis encontraram
    defeitos insuperáveis em todos esses livros. Todos eles têm um
    forte teor especulativo e um alto apelo a favor das doutrinas da Nova Era.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O fato é que o livro
    é um sucesso de vendas em todo o mundo. A <i>Columbia Pictures adquiriu
    os direitos para transformá-lo em filme e contratou o famoso diretor
    Ron Howard (o mesmo de <i>Uma Mente Brilhante) para dirigir essa película.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">A propósito, o autor
    Dan Brown está sendo judicialmente processado de plagiar o livro <i>Daughter
    of God (Filha de Deus), de Lewis Perdue. Segundo Perdue, existem "trinta
    elementos" de semelhanças significativas entre <i>Daughter of God
    e <i>"O Código Da Vinci". Bem, se Dan Brown plagiou ou
    não as idéias de outros autores é problema dele.
    <p><font color="#808000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b><font color="#cc0000">Um
    livro alicerçado nas doutrinas da Nova Era
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Antes de passarmos para
    uma análise mais detalhada do romance, é muito importante o querido
    leitor entender que o autor está imbuído em passar doutrinas da
    Nova Era e que acredita piamente no que escreve como se fosse verdade.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Dan Brown é muito
    vivo ou muito covarde. Ele não responde às acusações
    dos vários padres, teólogos, historiadores, jornalistas e artistas
    que literalmente descredenciaram <i>"O Código Da Vinci".
    Brown dá entrevistas em redes nacionais, faz palestras, mas não
    participa de debates. Vive sossegado escrevendo outros romances, em sua casa
    no estado de New Hampshire, enquanto escuta músicas da Nova Era, dos
    CDs da cantora Enya.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Segundo o romance, "as
    verdades" sobre Maria Madalena deveriam ter vindo à tona na virada
    do milênio, entre "o final da era de Peixes e o início da
    era de Aquário" (p.423).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Veja esse relato sobre a
    importância da revelação da "verdade" durante
    a era de Aquário: "Estamos entrando na era de Aquário, cujos
    ideais rezam que o homem irá conhecer a <i>verdade e ser capaz de
    pensar por si mesmo" (p.285). O que Dan Brown não diz é que
    a suposta verdade da Nova Era é a velha mentira proclamada pela serpente
    no Éden. Aquela farsa de que o homem descobriria que ele próprio
    é Deus: <i>"sereis iguais a Deus" (Gênesis 3.5).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O repórter Charlie
    Gibson, em entrevista no programa <i>Good Morning America, da Rede de Televisão
    ABC, em novembro de 2003, perguntou a Brown: se escrevesse um outro livro só
    contendo os fatos sobre <i>"O Código Da Vinci", ele seria
    muito diferente? O autor respondeu: "Não iria ser diferente [...]
    Fiz muitas pesquisas para esse livro. A teoria descrita no meu livro é
    muito antiga e hoje sou um crente dessa teoria [...] Essa teoria faz muito mais
    sentido para mim do que o que me foi ensinado quando era criança".[1]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Em outras palavras, Dan
    Brown acredita que os personagens do seu romance são fictícios,
    mas a mensagem contida nele é verdadeira.
    <p><font color="#808000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b><font color="#cc0000">O
    romance
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>A
    história começa em uma noite no <font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>Museu
    do Louvre, em Paris.



    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">A história começa
    em uma noite no Museu do Louvre, em Paris, onde Silas, um monge albino vestido
    com um manto, atira no estômago do curador Jacques Saunière. Silas
    é um membro numerário da ultra-conservadora seita <i>Opus Dei
    da igreja católica. Ele trabalha para um homem que conhece apenas como
    o "mestre" (mais tarde ficamos sabendo que se trata de Sir Leigh Teabing,
    um bretão ultra-rico e obcecado em encontrar o Santo Graal). A <i>Opus
    Dei, a igreja católica, e Sir Leigh Teabing fazem parte do grupo
    do mal no romance, são os bandidos da história.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Jacques Saunière
    é um especialista em adoração à deusa e é
    o grão-mestre do Priorado de Sião, uma organização
    secreta que esconde e protege o "Santo Graal" (das lendas arthurianas)
    e os manuscritos que provam que Maria Madalena era mulher de Jesus Cristo e
    juntos tiveram uma filha chamada Sarah. Na seqüência, Madalena e
    seus seguidores fugiram para a França e talvez até para a Inglaterra,
    evitando assim a perseguição que lhe foi imposta pelos apóstolos,
    especialmente por Pedro.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Jacques Saunière,
    baleado, só pensou em uma coisa antes de morrer no Louvre: passar em
    forma de enigmas e anagramas as informações secretas do Priorado
    de Sião para a sua neta Sophie Neveu, uma agente do Departamento de Criptologia
    da Polícia Judiciária francesa e especialista em decodificação.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">De alguma maneira, Jacques
    Saunière consegue ficar despido, faz um círculo no chão
    e se posiciona dentro do círculo de forma semelhante ao desenho "O
    Homem Vitruviano", de Leonardo da Vinci. Saunière ainda conseguiu
    escrever com o seu próprio sangue e com tintas visíveis e invisíveis
    ao olho humano alguns símbolos e mensagens para a sua neta. Em uma dessas
    mensagens, pede a Sophie Neveu que encontre Robert Langdon, um professor de
    simbologia religiosa da universidade de Harvard que se encontra palestrando
    em Paris naqueles dias.
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>O
    desenho "O Homem Vitruviano", <font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>de
    Leonardo da Vinci.



    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Juntos, Sophie e Robert,
    conseguem resolver o assassinato e posteriormente o mistério do Santo
    Graal. Nesse romance, o Santo Graal é Maria Madalena, mais especificamente
    o seu útero, e seus restos mortais encontram-se sepultados na pequena
    pirâmide, sob a pirâmide invertida, dentro do Museu do Louvre.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Jacques Saunière,
    Sophie Neveu e Robert Langdon são os mocinhos do romance, a turma boa
    da história.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Quase todas as colocações
    contrárias ao cristianismo, à história e às artes,
    conforme conhecemos hoje, nos são passadas nessa saga através
    das bocas dos dois personagens mais cultos e estudiosos, a saber: Professor
    Robert Langdon e Sir Leigh Teabing.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Resumindo, o romance nos
    leva por toda uma noite e um dia a pontos turísticos de Paris e de Londres
    só para tentar nos ensinar que a igreja cristã (especialmente
    a católica) tem reprimido o conhecimento acerca do casamento de Jesus
    com Maria Madalena e que isso, caso fosse descoberto, destruiria o cristianismo
    (pp. 261-267).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O que incomoda é
    o cinismo do autor em relatar na página preliminar algumas falsas considerações
    como se fossem fatos. Brown proclama como se fosse verdade: "Todas as descrições
    de obras de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos neste romance correspondem
    rigorosamente à realidade". Então, meu prezado Dan Brown,
    passarei deste ponto em diante a checar o seu romance para ter a certeza se
    o mesmo corresponde "rigorosamente à realidade".
    <p><font color="#808000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b><font color="#cc0000">Dan
    Brown: historicamente desautorizado
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">a) No romance:
    Pierre Plantard, o Priorado de Sião e os dossiês secretos são
    autênticos (página preliminar, pp. 221 e 345-346):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Segundo o romance: "O
    Priorado de Sião – sociedade secreta européia fundada em 1099
    – existe de fato. Em 1975, a Biblioteca Nacional de Paris descobriu pergaminhos
    conhecidos como <i>Os Dossiês Secretos, que identificavam inúmeros
    membros do Priorado de Sião, inclusive Sir Isaac Newton, Botticelli,
    Victor Hugo e Leonardo da Vinci" (página preliminar).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Ops! O autor confundiu o
    "Priorado de Sião" com a "Ordem ou Abadia de Sião".
    O "Priorado de Sião" é um movimento religioso mais recente,
    que surgiu após a II Guerra Mundial. Sua existência foi anunciada
    em 1962 após ter sido formalmente estabelecido em 1956. O "Priorado
    de Sião" não tem qualquer conexão com a "Ordem
    ou Abadia de Sião" da Idade Média, como o livro reivindicou
    ser um "fato" na sua página preliminar. O grupo da Abadia foi
    dissolvido pelo rei Luís XIII da França em 1619.
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>Pierre
    Plantard confessou à justiça francesa em 1992 ter sido o
    criador de todas as peças do Priorado de Sião com o intuito
    de pô-lo no trono da França como um suposto descendente merovíngeo
    e de Jesus Cristo.



    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Mais um erro: Dan Brown
    acredita na autenticidade dos "Dossiês Secretos" que contêm
    os nomes de todos os supostos grão-mestres do priorado e se encontram
    arquivados na Biblioteca Nacional de Paris, quando, na verdade, não passam
    de uma fraude. O fato que Brown não menciona é que o líder
    do priorado, Pierre Plantard (1920-2000), conhecido como um mascate, anti-semita,
    católico e fraudulento foi quem criou os falsos "Dossiês Secretos"
    e quem os depositou na Biblioteca. Os ditos "pergaminhos conhecidos como
    os Dossiês Secretos" foram uma invenção de Pierre Plantard,
    conforme desmascarado no programa <i>The History of a Mystery (A História
    de um Mistério) levado ao ar pela <i>Time Watch BBC em 1996.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">E mais, o próprio
    Pierre Plantard confessou à justiça francesa em 1992 ter sido
    o criador de todas as peças do Priorado de Sião com o intuito
    de pô-lo no trono da França como um suposto descendente merovíngeo
    e de Jesus Cristo. Há na França três locais onde qualquer
    pessoa pode obter documentação judicial e criminal sobre Pierre
    Plantard, a saber: a Prefeitura de Polícia de Paris, a Sub-Prefeitura
    de St. Julien em Geneveis e o Tribunal de Grande Instância de Thonon les
    Bains.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Então o Priorado
    de Sião, do qual o autor nos transmite a imagem de ser uma sociedade
    secreta séria, não passa de uma farsa armada pelo senhor Pierre
    Plantard.
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">b) "Os
    Manuscritos do Mar Morto foram encontrados na década de 50" (página
    251):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Brown errou na década!
    Os manuscritos do Mar Morto que confirmam a autenticidade de vários textos
    do Velho Testamento foram descobertos a partir da segunda metade da década
    de 40, em onze cavernas na região de Qumram.
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">c) "Mais
    de 80 evangelhos foram estudados para compor o Novo Testamento" (página
    248):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Puxa! O autor é ruim
    em números! Dos 52 textos gnósticos e filosóficos descobertos
    em Nag Hammadi, no Alto Egito, apenas cinco eram evangelhos, a saber: <i>Verdade,
    Tomé, Filipe, Egípcios e Maria.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">E mais: os evangelhos de
    <i>Tomé, Filipe e <i>Maria não foram escritos pelos respectivos
    personagens bíblicos. Foram escritos mais de um século após
    a morte de Cristo e só Deus sabe quem eram esses autores que se passaram
    por Tomé, Felipe e Maria. O próprio apóstolo Paulo nos
    alertou sobre autores fraudulentos: <i>"epístolas (cartas) supostamente
    vindas de nós" (2 Tessalonicenses 2.1-2).
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">d) "Jesus
    só se tornou divino a partir do Concílio de Nicéia",
    em 325 d.C., convocado pelo imperador romano Constantino (p.248-252):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Com essa afirmação,
    Brown revela o seu profundo desconhecimento histórico. Na verdade o Concílio
    de Nicéia apenas reafirmou a divindade de Jesus Cristo, que já
    era aceita em textos e testemunhos pessoais desde o século I. Vejamos:
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho do próprio
    Jesus Cristo: <i>"Eu e o Pai somos um" (João 10.30).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho dos evangelhos
    e epístolas: <i>"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
    com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
    cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória
    como do unigênito do Pai" (João 1.1 e 14). Dos israelitas
    <i>"são os patriarcas, e também deles descende o Cristo,
    segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.
    Amém!" (Romanos 9.5). "Mas acerca do Filho: O teu trono, ó
    Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro
    do seu reino" (Hebreus 1.8).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho de vida e morte
    dos apóstolos: todos os apóstolos de Jesus foram presos e/ou mortos
    sustentando a verdade de que Jesus Cristo era o Messias e ressuscitou. Caro
    leitor, ninguém sustenta uma mentira sabendo que aquela mentira vai condená-lo
    à morte. Os apóstolos morreram pelo que acreditavam ser verdade.
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>Flávio
    Josefo conhecia algo sobre Jesus, Suas reivindicações e
    Seus seguidores.



    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho do historiador
    judeu Flávio Josefo, que viveu algumas décadas após a crucificação
    de Jesus: no <i>Testimonium Flavianum (Ant. 18:63-64) Jesus é chamado
    de "um homem sábio". Essa afirmação é
    seguida por uma breve explicação de que Jesus foi "aquele
    que realizou feitos surpreendentes"; que era um professor e o Messias que
    foi condenado por Pilatos para ser crucificado e ao terceiro dia aparentemente
    recuperou a sua vida; e que "a tribo de cristãos, como seus seguidores
    são chamados, até o presente momento não desapareceram"
    (18:63-64). Parece claro que Josefo pelo menos conhecia algo sobre Jesus, Suas
    reivindicações e Seus seguidores. Ele não era um seguidor
    de Jesus, mas apenas relatou o que tinha ouvido.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho dos pais da
    igreja: bem antes do Concílio de Nicéia, muitos foram aqueles
    que morreram confessando que Jesus Cristo é Deus: Policarpo de Esmirna
    era discípulo do apóstolo João, enviou carta à igreja
    de Filipos entre 112 e 118 e foi martirizado em 160 d.C.[2] Justino, o Mártir,
    nasceu em Israel, ficou impressionado com a capacidade dos cristãos de
    enfrentarem a morte de forma heróica, converteu-se ao cristianismo e
    testemunhou acerca de Jesus até o seu martírio em 165 d.C.[3]
    Vários outros líderes da igreja de Cristo consideraram Jesus divino
    muito antes do Concílio de Nicéia, a saber: Inácio (105
    d.C.), Clemente (150 d.C.), Irineu (180 d.C.), Tertuliano (200 d.C.), Orígenes
    (235 d.C.), Novatian (235 d.C.), Cipriano (250 d.C.), entre outros.[4]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O testemunho dos cristãos
    que passavam pelo Panteão, em Roma: esse templo aos deuses foi concluído
    em 126 d.C. (cerca de dois séculos antes do Concílio de Nicéia).
    Cristãos eram levados para o Panteão e aqueles que não
    se curvavam diante da estátua de César e não confessavam
    César como "Senhor", eram mortos. Não foram poucos os
    cristãos que confessaram que só Jesus Cristo é o Senhor
    e preferiram morrer em vez de negar a Sua divindade.
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">e) No Concílio
    de Nicéia, o resultado da votação a favor da divindade
    de Jesus Cristo foi "meio apertado" (página 250):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Que conversa mole de Brown!
    O resultado foi uma lavagem a favor da divindade total de Jesus! Dos 318 participantes,
    16 se abstiveram de assinar o "Credo de Nicéia". O resultado:
    300 votos a favor da divindade total e irrestrita de Cristo (posição
    já existente na igreja cristã) e 2 votos a favor da divindade
    parcial e inferior de Cristo (posição defendida pelo padre Ário).
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">f) "Os
    descendentes de Cristo geraram a dinastia que hoje é conhecida como merovíngia
    e fundaram Paris" (página 274):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Nossa! Que besteira! Paris
    não foi fundada pelos supostos descendentes de Jesus Cristo, ela já
    existia séculos antes do nascimento de Jesus Cristo! Em meados do século
    III a.C., a parisii, uma tribo gaulesa, colonizou a ilha Seine Île de
    la Cite e fundou a colônia de Lutuhezi, que depois também passou
    a ser chamada de Lutetia Parisorum. Os merovíngeos apenas tornaram Paris
    a capital da França em 508 d.C.
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>Cada
    igreja redonda construída pelos templários na Europa é,
    na verdade, uma referência à Igreja do Santo Sepulcro, em
    Jerusalém.



    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">g) A "Temple
    Church, em Londres, é redonda em honra ao sol" (pp. 359 e 364):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Ao associar a forma redonda
    da <i>Temple Church com o deus pagão do sol, Brown comete um estrondoso
    erro arquitetônico. Cada igreja redonda construída pelos templários
    na Europa é, na verdade, uma referência à Igreja do Santo
    Sepulcro, em Jerusalém. A <i>Temple Church consagrada em 1185 não
    foge a essa regra. A redonda Igreja do Santo Sepulcro contém um túmulo
    que os católicos acreditam ter sido o local onde Jesus foi sepultado.
    Ela era considerada o lugar mais santo na época das cruzadas.[5]
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">h) "Durante
    300 anos de caça às bruxas, a igreja queimou na fogueira a quantidade
    impressionante de cinco milhões de mulheres" (página 135):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Que hipérbole! Brown
    está se baseando em pesquisas desatualizadas e desacreditadas. Na verdade,
    na melhor estimativa, foram mortos 30 a 50 mil homens e mulheres, acusados de
    feitiçaria durante quatro séculos (1400 a 1800). Calcula-se que
    25% dessas execuções eram de homens. Sem dúvida, um número
    muito significante, mas nada em comparação com 6 milhões
    de judeus mortos durante o Holocausto, nem com os 50 milhões eliminados
    pelo regime de Mao Tse Tung e muito menos com os 60 milhões dos expurgos
    de Josef Stalin.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Bem, quem acreditar nas
    colocações históricas de Dan Brown como verdadeiras, corre
    um sério risco de ficar burro.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Alguns outros erros históricos
    foram cometidos no livro, mas não irei salientá-los. Acredito
    que os que foram relatados já são suficientes para afirmar que
    os fatos históricos não estão do lado de Dan Brown e que
    esse romancista não passa de um sofrível professor de história.
    <p><font color="#808000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b><font color="#cc0000">Dan
    Brown: artisticamente desautorizado
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Leonardo da Vinci (1452-1519)
    viveu durante a Renascença, mas foi um homem à frente de sua época.
    Foi pintor, inventor, visionário, matemático, filósofo
    e engenheiro. Dan Brown acrescenta a essa lista que Leonardo era também
    "homossexual" (pp.54 e 130). As biografias de Leonardo salientam que,
    em abril de 1476, ele foi anonimamente acusado de sodomia com o assistente de
    pintura Saltarelli (conhecido homossexual) e que em 7 de julho do mesmo ano
    o caso foi arquivado por falta de provas.[6, 7] Portanto, não se pode
    afirmar que era ou não homossexual. Do que temos certeza mesmo são
    os erros grosseiros cometidos por Brown quando analisou algumas pinturas de
    Leonardo tentando nos fazer crer que há um código oculto nelas.
    <div align="center"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>A
    "Virgem dos Rochedos".



    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">a) A Madona
    das Rochas (também conhecida como "A Virgem dos Rochedos"):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Quando a personagem Sophie
    Neveu retira esse quadro dos cabos de sustentação e o põe
    em sua frente, o autor narra: "Com um metro e cinqüenta, a tela quase
    escondia o corpo da moça" (p.143). Bem, basta entrar no site oficial
    do Museu do Louvre para identificarmos logo de cara que o quadro mede 199 x
    122 cm e não "um metro e cinqüenta".[8]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na seqüência,
    Dan descreve que foram "as freiras" da Confraria da Imaculada Conceição
    que encomendaram a pintura para Leonardo (p.148). Na verdade, a encomenda foi
    feita pelos padres da Confraria, já que não existia "freira"
    nessa instituição.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Em seguida, Brown relata:
    "A tela mostrava a Virgem Maria de túnica azul, sentada com o braço
    em torno de um bebê, presumivelmente o Menino Jesus. Diante dela se encontrava
    sentado Uriel, também com um menininho, presumivelmente o pequeno João
    Batista. O estranho, porém, era que, em vez da cena que costumeiramente
    se vê, de Jesus abençoando João Batista, era João
    que estava abençoando Jesus... E Jesus mostrava-se submisso à
    sua autoridade!" (p.148). O autor inverteu a identidade de João
    Batista e de Jesus Cristo. Na verdade, Maria está com o braço
    em torno do bebê João Batista. Já o bebê Jesus Cristo
    está à esquerda de Maria, abençoando João Batista.[9]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Logo após, o autor
    começa a ver o invisível, e diz: "O mais preocupante, porém,
    era que Maria estava com uma das mãos sobre a cabeça do pequeno
    João e em um gesto decididamente ameaçador – os dedos pareciam
    garras de águia agarrando uma cabeça invisível. Por fim,
    a imagem mais amedrontadora e clara: logo abaixo dos dedos curvos de Maria,
    Uriel fazia com a mão o gesto de quem corta uma cabeça – como
    se cortasse o pescoço da cabeça invisível que a mão
    de Maria, em forma de garra, segurava" (pp. 148-149).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Se você estudar o
    que os historiadores das artes descrevem sobre esse quadro, vai descobrir que
    não existe nada do que é narrado por Dan Brown. Essa conversa
    da "cabeça invisível" de João Batista é
    mera esquizofrenia artística do autor do romance. O que sabemos de fato
    é que a mão esquerda de Maria sobre a cabeça de Jesus (e
    não de João) simboliza proteção. O anjo Uriel seria
    o "anjo da guarda de João Batista" e aponta em direção
    a ele.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O autor acertou quando disse
    que há duas versões de "A Virgem dos Rochedos" (até
    que enfim acertou uma), mas errou logo em seguida quando tentou explicar o motivo
    dos dois quadros: "Da Vinci acabou convencendo a confraria a ficar com
    uma segunda pintura, versão "açucarada" da Madona das
    Rochas, em que todos se encontravam em posições mais ortodoxas"
    (p.149). Na verdade, a primeira versão produzida durante os anos de 1483-1486
    encontra-se hoje no Museu do Louvre, já a segunda, feita cerca de 20
    anos mais tarde (1503-1506) encontra-se na <i>National Gallery, em Londres.
    Mas, por que duas versões? "Ocorreu uma complicada e amarga discordância
    em relação ao pagamento: o artista ameaçou vender a obra
    a um amante de arte que lhe oferecera obviamente muito mais que aquilo que a
    Irmandade estava preparada para pagar. Esta disputa foi provavelmente a razão
    de uma segunda versão da <i>Virgem dos Rochedos – a versão
    que é possível observar presentemente em Londres e que na verdade
    decorou a capela dos monges em S. Francesco Grande em Milão no século
    XVI". A versão mais antiga foi provavelmente adquirida com rapidez
    pelo amante de arte, possivelmente Ludovico Sforza".[10] Posteriormente,
    Sforza ofereceu o quadro ao Rei da França ou ao Imperador Maximiliano.
    <p align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>A
    pintura foi intitulada ‘Monna’ Lisa, sendo Monna uma contração
    da Madonna (mia donna, minha senhora).



    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">b) A Mona
    Lisa:
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Dan Brown não deixou
    incólume a mais famosa e mais visitada pintura do mundo. Conhecida na
    França como <i>La Joconde, na Itália, como <i>La Gioconda,
    e em todos os demais lugares como Mona Lisa, é o quadro número
    779 do Louvre.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Quando o professor Robert
    Langdon, personagem criado por Dan Brown, é questionado se "é
    verdade que a Mona Lisa é o retrato do próprio Da Vinci, só
    que travestido?", responde: "É bem possível [...] Mona
    Lisa não é homem, nem mulher. Traz uma mensagem sutil de androginia.
    É uma fusão de ambos" (p.130).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na seqüência,
    Langdon ensina que as palavras "Mona Lisa" são uma junção
    do deus egípcio Amon com a deusa egípcia Ísis, "cujo
    pictograma antigo era L’ISA [...] Amon L’isa" (p.131). E conclui suas considerações
    com a afirmação: "E <i>esse, meus amigos, é o
    segredo de Da Vinci, o motivo do sorriso zombeteiro da Mona Lisa" (p.131).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Bem, vamos por etapas, pois
    é muito devaneio para uma pessoa só.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Primeiro, quem é
    a modelo na pintura? Algumas hipóteses foram levantadas, mas com certeza,
    não é Leonardo da Vinci travestido. A alegação mais
    consistente é de que seja Lisa Gherardim.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">"O registro do Battistero
    di San Giovanni confirma que ela nasceu em Florença, numa terça-feira,
    em 15 de junho de 1479. [...] Aos 16 anos, Lisa casou-se com um homem dezenove
    anos mais velho e duas vezes viúvo: Francesco di Bartolomeo di Zanobi
    Del Giocondo, um dignitário florentino. [...] Na época em que
    Leonardo começou a pintá-la, ela já tinha tido três
    filhos, e um deles, uma menina, havia morrido em 1499. [...] E até onde
    se pode verificar, Lisa não fez nada de excepcional durante sua vida
    inteira, exceto sentar-se imóvel enquanto Leonardo a desenhava".[11]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Segundo, de onde vem o nome
    Mona Lisa? Com certeza não é a contração de nomes
    de divindades egípcias. "A pintura foi intitulada ‘Monna’ Lisa,
    sendo Monna uma contração da Madonna (<i>mia donna, minha
    senhora). A grafia "Mona" é incorreta, de origem incerta, mas
    é a que ficou estabelecida na Inglaterra".[12]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Terceiro, por que o sorriso
    comedido da Mona Lisa? Não tem nada de "sorriso zombeteiro".
    Qualquer estudioso ou curioso sobre os quadros de Leonardo vai perceber que
    aquele sorriso discreto da Mona Lisa não é exclusivo dela. Leonardo
    pintou outros quadros onde os modelos exibem sorrisos semelhantes, a saber:
    "São João Batista" (1513-1516); "João Batista
    com atributos de Baco" (1513-1516); "A Virgem com o menino de Santa
    Ana" (1510); "Dama com Arminho" (1483-1490). De acordo com Donald
    Sasson, pesquisador e escritor sobre a Mona Lisa, esse tipo de sorriso discreto
    fazia parte da etiqueta dos quadros do Renascimento: "Risos – em oposição
    a sorrisos – são raros nos quadros do Renascimento, e nunca são
    usados quando a aristocracia e as classes mais altas são representadas.
    Mona Lisa não ri; ela mostra comedimento e decoro. Um sorriso pode ser
    considerado como um riso atenuado, como a palavra francesa, <i>sou-rire
    – "sub-riso" – e a raiz etimológica do latim, <i>subridere,
    sugerem. No mundo altamente codificado da vida da corte italiana do século
    XV, sorrisos não são deixados por conta da iniciativa pessoal.
    Havia numerosos livros à disposição daqueles que desejassem
    ser introduzidos no código apropriado de comportamento.[13]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Já Giorgio Vasari,
    biógrafo de artistas e comentarista sobre a Mona Lisa, citou em 1550:
    "músicos, palhaços e outros artistas ficaram entretendo a
    modelo, enquanto Leonardo a pintava".[14] Vasari alega ser esse o motivo
    do discreto sorriso.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O fato é que o sorriso
    chamava pouca atenção e ninguém o considerava misterioso,
    mas a partir do século XIX várias teorias conspiratórias
    surgiram e o marketing do sorriso da Mona Lisa cresceu.
    <div align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>"A
    Última Ceia" - essa pintura mural de <font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>460
    X 880cm, com técnica de óleo e têmpera sobre gesso,
    na parede do refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie,
    em Milão.



    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">c) A Última
    Ceia:
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Essa pintura mural de 460
    X 880 cm, com técnica de óleo e têmpera sobre gesso, na
    parede do refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão,
    é uma das obras-primas de Leonardo da Vinci. Hoje bastante deteriorada,
    está em processo de restauração.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">E lá vai Dan Brown
    outra vez: na página 252, o autor chama "A Última Ceia"
    de "afresco" quatro vezes. Brown desconhece que o artista, quando
    optou por pintá-la, renunciara à técnica conhecida por
    "afresco" e escolheu a técnica de óleo e têmpera
    sobre gesso.[15]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na seqüência,
    o "culto" Sir Leigh Teabing insinua que na pintura deveria haver,
    mas não há, um cálice de vinho sobre a mesa. Ele conclui
    que a ausência do cálice demonstra que o Santo Graal não
    é o cálice: "O Santo Graal não é um objeto.
    Na verdade... trata-se de uma pessoa" (p.253).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Tudo bem, vamos explicar
    porque não existe o cálice na "A Última Ceia",
    já que os personagens do livro de Dan Brown desconhecem a história
    dessa pintura. Os três primeiros evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas),
    relatam que Jesus após cear, tomou um cálice e tendo dado graças,
    o deu a Seus discípulos. Já o texto de João 13.21-24, apenas
    revela Jesus indicando que entre eles há um traidor e não mostra
    Cristo ceando ou bebendo com os discípulos. Foi baseado nesse texto joanino
    que Leonardo da Vinci pintou esse quadro e, por esse motivo, não aparece
    o cálice. A ênfase tanto do texto bíblico quanto da pintura
    não é no pão e no vinho, mas, sim, na surpresa dos apóstolos
    ao tomarem conhecimento de que entre eles havia um traidor.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na seqüência,
    Teabing fala à deslumbrada Sophie que a pessoa à direita de Jesus
    é uma mulher – "Maria Madalena!" (p.260). E mais: que Pedro,
    com sua mão esquerda próxima ao pescoço de Maria Madalena,
    é um sinal de ameaça caso ela passe a ser a líder da igreja
    (p.265).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Puxa! Dan Brown sofre de
    alucinações. Primeiro: todos os esboços dessa pintura mural
    revelam que nela não existe mulher alguma e que a pessoa ao lado direito
    de Jesus Cristo é João, o amado. Se não for João,
    onde este estaria na pintura? Segundo: era típico do Renascimento retratar
    as pessoas supostamente "mais puras e mais santas" com um aspecto
    efeminado, motivo porque Leonardo o retratou assim (apesar de sabermos que João,
    o amado, não tinha nada de tão santo assim). Terceiro: se João
    parece uma mulher, o que dizer de Filipe (o terceiro à esquerda de Jesus)?
    Quarto: o texto de João 13.24 diz que Simão Pedro fez um sinal
    a João, <i>"dizendo-lhe: Pergunta a quem ele se refere".
    Essa falácia de Pedro ameaçando uma suposta Maria Madalena não
    tem nenhum fundamento.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">As considerações
    de Brown sobre as pinturas de Leonardo são um desprezo solene ao conhecimento
    dos fatos.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Bem, meu conselho é
    que se algum dia Dan Brown quiser ser seu professor de artes, dê um pinote
    e saia correndo para não se tornar inculto.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Brown comete ainda outros
    erros artísticos, mas os relatados já são suficientes.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O hilariante é que
    nos agradecimentos do livro, Brown revela a profissão da sua esposa:
    "E minha esposa, Blythe – historiadora de arte, pintora, editora de primeira
    linha e, sem dúvida, a mulher mais incrivelmente talentosa que jamais
    conheci". Mesmo?? Pare de me fazer cócegas, Dan Brown!
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2"><b>Dan Brown:
    teologicamente desautorizado
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">a) "O
    tetragrama judaico YHWH – o nome sagrado de Deus – na verdade derivava de Jeová,
    uma união física andrógina entre o masculino, Jah, e o
    nome feminino pré-hebraico de Eva, Havah" (pp. 328-329):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Está tudo troncho!
    YHWH não deriva de Jeová. Pelo contrário, Jeová
    é que é uma adaptação da palavra YHWH. O tetragrama
    hebraico YHWH, sem qualquer vogal, era impronunciável. A sua provável
    vocalização era "YAHWEH". Foram os escritores cristãos,
    no século 16, que "introduziram Jeová sob a noção
    errônea de que as vogais que usavam eram as corretas. Jeová é
    um substantivo artificial criado a menos de 500 anos, e certamente não
    é um substantivo antigo e andrógino do qual YHWH deriva".[16]
    <div align="right"><font face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size="1"><b>No
    Santo dos Santos só entrava o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano, para
    derramar sangue de animal no propiciatório como remissão
    dos pecados do povo de Israel.



    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">b) "O
    Santo dos Santos do Templo de Salomão abrigava não só Deus
    como também sua poderosa consorte feminina, Shekinah". Homens vinham
    ao Templo fazer amor com as sacerdotisas e assim experimentavam o divino (p.
    328):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">O que o autor está
    afirmando é que Deus tinha relação sexual com sua consorte
    feminina <i>(Shekinah) dentro do Santo dos Santos. Mais: que os judeus faziam
    sexo ritualístico com sacerdotisas no mesmo templo. Isso é terrivelmente
    estranho! E não tem o respaldo de nenhum texto hebraico sério!
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Bem, no Santo dos Santos
    só entrava o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano, para derramar sangue de
    animal no propiciatório como remissão dos pecados do povo de Israel.
    Qualquer pessoa que ousasse entrar no Santo dos Santos, além do Sumo
    Sacerdote, era prontamente eliminada por Deus. Deus se manifestava como uma
    nuvem que cobria o tabernáculo (Êxodo 40.34-38; Números
    9.15-23; 1 Reis 8.10-11). Apesar da palavra <i>Shekinah não aparecer
    na Bíblia Sagrada, é a palavra hebraica para designar "a
    manifestação da presença de Deus" sobre a arca da
    aliança. Os israelitas chamam a nuvem sobre o Santo dos Santos de <i>"Shekinah"
    (a manifestação da presença de Deus). <i>Shekinah não
    é um dos nomes de Deus e muito menos de sua "consorte feminina".
    A propósito, essa história de divindade com sua consorte feminina
    é doutrina hindu e não acha guarida na teologia judaico-cristã.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na verdade, Dan Brown tentou
    transformar o local mais santo do Velho Testamento (o Santo dos Santos) em um
    quarto de motel.
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">c) "Maria
    Madalena é o Santo Graal [...] a esposa de Jesus [...] e não era
    prostituta (pp. 260-267):
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Na verdade, há séculos,
    quando se fala sobre Maria Madalena, três hipóteses são
    logo levantadas:
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">A primeira: Maria da cidade
    de Magdala (Madalena), foi exorcizada por Cristo (Lucas 8.2) e passou a seguí-lO
    desde então. Não existe evidência para afirmar que era uma
    ex-prostituta. Eu acredito que ela não era.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">A segunda: Maria da cidade
    de Magdala (Madalena), foi exorcizada por Cristo (Lucas 8.2) e era uma ex-prostituta.
    Esse ponto de vista só é possível quando se faz a fusão
    (costumo chamar de confusão) entre Lucas 7.36-50 (fala de uma prostituta,
    seu nome não é mencionado, que ungiu os pés de Jesus),
    Lucas 8.2 (fala sobre a ex-endemoninhada Maria Madalena) e João 12.1-8
    (fala sobre Maria, provavelmente a irmã de Marta, que ungiu os pés
    de Jesus). Acredita-se que as mulheres mencionadas em Lucas 7 e em João
    12 são Maria Madalena. A associação da mulher de Lucas
    7 com Maria Madalena foi feita pelo papa Gregório I em um sermão
    em 591 d.C. Essa hipótese errônea é defendida pela igreja
    católica e por alguns pastores evangélicos.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">A terceira: Maria da cidade
    de Magdala (Madalena), era amante de Jesus, teve uma filha dele e tornou-se
    a líder da igreja. Essa hipótese é baseada em alguns textos
    gnósticos, a saber: <i>Evangelho de Filipe, Evangelho de Tomé
    e <i>Evangelho de Maria. É essa calúnia que nos é ensinada
    no <i>"O Código Da Vinci".
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">No romance, orientada pelo
    erudito Sir Teabing, Sophie leu um trecho do <i>Evangelho de Filipe: "E
    a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que
    a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência
    na boca" (p.263).
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Acerca dessa passagem que
    descreve o beijo de Jesus em Maria Madalena (<i>Evangelho de Filipe 63:32-64:10),
    o pesquisador e professor cristão Darrell L. Bock relata:
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Este texto foi composto
    na segunda metade do século III, cerca de 200 anos após a época
    de Jesus. Descreve Maria como ‘companheira’ de Jesus. Dentre todas as passagens
    que podem sugerir que Jesus tenha sido casado, esta é a mais importante.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Porém, o ponto central
    do texto está fragmentado em 63:33-36 e diz: ‘E a companheira de [...]
    Maria Madalena. [... amou] a ela mais que a [todos] os discípulos e [costumava]
    beijá-la [sempre] na [...]’. Os colchetes indicam lacunas no texto, pontos
    em que a leitura não é possível devido a estragos no manuscrito.
    Aqui temos um mistério para desvendar![17]
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Elaine Pagels, pesquisadora
    não-cristã dos evangelhos gnósticos, também confirma
    as lacunas no texto: "a que acompanhava o [Salvador é] Maria Madalena.
    [Mas Cristo a amava] mais que [todos] os discípulos, e costumava beijá-la
    [freqüentemente] nos [lábios]. Os outros [discípulos se ofenderam
    com isso...]".[18] Releia agora esse texto do <i>Evangelho de Filipe
    sem as palavras em colchetes e veja quão especulativo ele realmente é.
    Por essas e outras é que os evangelhos gnósticos são descredenciados.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Os textos gnósticos
    têm autoria espúria (por exemplo, ninguém sabe quem é
    o autor do <i>Evangelho de Filipe).[19]<i> Suas datas são tardias
    (nenhum texto gnóstico se situa antes de 150 d.C. e, conseqüentemente,
    não foram escritos por testemunhas oculares).[20] Mais: seus conteúdos
    são fraudulentos, sem senso cronológico, sem qualquer pesquisa
    geográfica ou contexto histórico e cheios de discrepâncias
    com os textos do Novo Testamento que são confirmados historicamente.[21]
    Os evangelhos gnósticos são desconexos e indicam aversão
    aos fatos. Uma constelação de disparates.
    <p><font face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">Querido leitor, permita-me
    ser mais sincero: Dan Brown como aspirante a teólogo é um calhorda
    e seu romance parece mais um daqueles tablóides londrinos, mexeriqueiro,
    anticristão e tosco. Entre esse suposto teólogo e sua obra, não
    sei qual é o pior.
    <p><font color="#cc0000" face="Arial, Helvetica, sans-serif" size="2">d) Sobre
    a adoração à "Mãe Terra" (pp. 135-136):



    Conclusão:
    quase tudo que nos ensinaram sobre Jesus é mentira?


    Ao término do romance,
    constatei que Dan Brown nos entregou um cruel chiqueiro com o rótulo
    de uma pesquisa séria e erudita. Então, por que teria de me preocupar
    com um romance sem valor histórico, artístico e teológico?
    A resposta é simples: "O Código Da Vinci" nos
    ensina uma linhagem gnóstica-esotérica. Até arriscaria
    dizer que esse romance e o filme popularizarão a aceitação
    do gnosticismo com a mesma intensidade que o livro e o filme "As Brumas
    de Avalon"
    fizeram a favor do paganismo.


    A esmagadora maioria dos
    seus leitores aceitou suas mentiras cadavéricas como sendo verdades preciosas.
    Poucos são aqueles que o questionaram. A maioria pratica uma leitura
    anestesiada. Por esse motivo, quando minha esposa me presenteou "O Código
    Da Vinci" no dia do meu aniversário, colocou em um trecho do oferecimento:
    "Que o conteúdo nele tratado possa ser desautorizado pelas verdades
    bíblicas". Saber desautorizar esse livro é dever do cristão
    para que cada vez menos pessoas sejam enganadas por essa fraude!


    O romance de Brown é
    desprovido da verdade, mas muito ousado, ao ponto de colocar a seguinte afirmação
    na boca do seu respeitável historiador Sir Teabing: "Quase tudo
    o que nossos pais nos ensinaram sobre Jesus Cristo é mentira"
    (p.252). Baseado em que prova sólida ele faz tal afirmação?
    Quais são as credenciais desse autor para que possamos aferi-las?


    Vejam bem, Brown escreveu
    um livro acerca de Jesus Cristo, citou várias fontes e interpretou-as
    do jeito que lhe aprouve. No entanto, em nenhum momento mencionou qualquer trecho
    dos evangelhos neo-testamentários que são a principal fonte fidedigna
    sobre a vida do nosso Senhor e Salvador.


    Assim
    como não é possível ganhar a final olímpica
    dos 100 metros rasos com um medíocre condicionamento físico,
    de igual modo, não é racional aprender sobre a boa história,
    as refinadas artes e a teologia equilibrada com um romance pífio!




    O Dr. Tony Carnes, jornalista
    evangélico e professor da Columbia University, nos adverte: "Brown
    leva o leitor por caminhos traiçoeiros com um estilo de ‘ficção
    dominadora’. Ele tenta atropelar as faculdades mentais do leitor com falsificações
    grosseiras proferidas por autoridades fictícias de prestigiosas universidades
    como Harvard e Oxford. Cita fontes incorretamente ou refere-se a outras de que
    ninguém jamais ouviu falar, apresenta fatos não comprováveis
    e insulta com apelações como ‘todas as pessoas inteligentes sabem
    sobre isso"’.[22]


    Invente outra, Dan Brown!
    Pois essa sua farsa não deu certo! Assim como não é possível
    ganhar a final olímpica dos 100 metros rasos com um medíocre condicionamento
    físico, de igual modo, não é racional aprender sobre a
    boa história, as refinadas artes e a teologia equilibrada com um romance
    pífio!


    Aos cristãos que
    lerem o livro ou assistirem ao filme e ficarem em dúvida sobre a divindade
    de Jesus Cristo: "Admira-me que estejais passando tão depressa
    daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual
    não é outro, senão que há alguns que vos perturbam
    e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo
    um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do
    que vos temos pregado, seja anátema" (Gálatas 1.6-8).


    Que seja assim. Amém!

     
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  2. paulojr
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    pra falar a verdade, mesmo todas as coisas ditas serem mesmo falsas, ainda sobra muita evidência de q Jesus possa ter tido uma filha no livro. melhor ver o filme, porque eles tiraram todas essas coisas mais fantasiosas da obra nele.

    Eu fico em cima do muro, e eu acho que todo mundo deveria ficar, pois não há como saber a verdade.

    E se Jesus tiver tido uma filha, qual é o problema? Eu prefiro q ele tenha tido uma esposa e filha, porque aí ele fica ainda mais próximo da gente.
     
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1 replies since 2/1/2010, 01:08   287 views
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